Ϛ O silêncio, às vezes, nos traz significativas reflexões... ele nos permite avaliar as mais íntimas percepções, os mais secretos sentimentos... que, quando externados, mostram quem realmente somos... Talvez não seja preciso falar... Basta perceber, observar e sentir. ï

terça-feira, 19 de julho de 2011

Ex

Esperado
Esboçado
Esquecido?
Espantada:
Estanque?
Estimulada
Esperançosa
Estático. Esquálido. Esquisito
Esquecimento?
Exato
Ex


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Prioridades


Esta semana me peguei pensando em como a vida pode estar por um fio. Sim, talvez esse seja mais um clichê, mas quando estamos rodeados de médicos e enfermeiras, paramos um pouco para refletir. Fui interrompida de súbito pela anestesista e tive que ouvir, atônita, o valor da taxa da anestesia que eu deveria pagar... Neste momento, agradeci estarmos no dia 04 de julho, já que o dia seguinte seria o dia mais feliz do mês. Enfim, me recompus e retornei à reflexão que me invadia naquele momento.
Sim, nossa vida é algo muito tênue. De uma hora para outra precisamos enfrentar problemas de saúde, precisamos nos cuidar para não sermos assaltados, atropelados, injuriados, caluniados, roubados, ridicularizados..... Mas, por mais que nos cuidemos, pode vir o acaso e decidir brincar conosco. Essa era a situação. Naquela mesa de cirurgia, comecei a pensar em quem realmente importava neste mundo incerto. Comecei a pensar também naquelas pessoas a quem me dediquei, em vão. No tempo que perdi ao fazê-lo e no total desmerecimento delas.
É incrível como perdemos o tempo precioso da nossa vida com o que não deveríamos. Damos valor ao que nos faz sofrer. A todo momento insistimos em viver e trazer de volta o passado e tratá-lo como se fosse o correto, o ideal... “ah como eu fui feliz”, “ah como aquelas músicas eram boas”, “ah como eu ainda gosto dele”. Será mesmo? Temos a mania de nos prender de propósito a coisas passadas, a sentimentos antigos, por sinal, não correspondidos, a presenças invisíveis, que nada têm de presentes em nossa vida. “Vivemos” o que gostaríamos de ter vivido e o agora se torna amargo, vazio, com cara de “se”. “Se ele sentisse o mesmo”, “se eu não tivesse ido, dito, amado, ligado, continuado, chorado”... se, se, se. E o hoje se perdendo em nossas mãos como a água que insistimos em desperdiçar. Até o dia em que ela acabe. Igualmente estamos perdendo algo também precioso: o tempo.
No dia seguinte, vi que o presente é que me esperava, se preocupava e estava feliz com minha volta. Eu poderia não ter voltado, quem sabe? O passado talvez nunca soubesse disso. O passado não estava ali para ver, nem estaria. É preciso que deixemos de pensar no que não foi e passar a pensar no que é.
Sim, nossa vida é algo muito tênue. Por isso, precisamos vivê-la hoje.