Por que será que, muitas vezes, insistimos em algo que não tem a mínima chance de dar certo? Talvez seja pela esperança de que essa mínima chance exista. Isso dá a impressão de que os humanos não se contentam com a “normalidade”, o cômodo, o “fácil”. Se alguém demonstra amor, carinho e atenção por você, há sempre (em sua cabeça, claro) algo de errado com essa pessoa: “é tão legal, mas, poxa, é meu amigo”, “não dá, mora longe”, não dá, é muito novo(a)/mais velho(a)” e as possibilidades de felicidade vão passando e passando........
Infelizmente, o desafio de conquistar alguém impossível nos cega ao ponto de não enxergarmos ao nosso redor. Quanto mais empecilhos, mais o sentimento cresce e a dor-amor aumenta. Assim as pessoas seguem buscando algo “ideal”, que nunca virá. E o amor vira sinônimo de angústia, choro, lágrimas... Todavia, a felicidade, por mais que muitos não a vejam, está em nosso meio... Precisamos aprender a valorizá-la, vê-la, senti-la, vivê-la.
Essa cegueira sem fim nos faz guardar agendas velhas, números antigos. Faz-nos gelar ao ouvir o som do telefone (será que é ele[a]?). Faz-nos relembrar nostalgicamente um passado que foi bom. (Foi bom?). Tudo isso nos impede de olhar para frente, mudar, inovar, respirar, enfim. Sair das amarras que nos prendem a pessoas, amores e sentimentos que há muito já se foram.
Esse “não aproveitar o momento” (tão clichê para alguns), é a causa de um posterior arrependimento. O presente que nos é oferecido agora jamais voltará. Estaremos nós, no futuro, relembrando com lágrimas as oportunidades perdidas hoje? Talvez, infelizmente.
De fato um desafio (incluo-me nisso). A perfeição não é uma característica humana, o passado não vai voltar para resolver o que nós não resolvemos, o amor não é algo que se procura no outro, ele simplesmente é, acontece; e nosso futuro estamos fazendo agora.